Keblinger

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Conversamos com autora do fenômeno editorial 'Destino', ambientado num futuro sombrio em que o sistema decide até com quem você se casa

| terça-feira, 12 de abril de 2011
Ally Condie, autora do fenômeno editorial 'Destino', que chega ao Brasil / Divulgação
E se o governo pudesse determinar com quem você se casaria? E se o estado apontasse o seu par perfeito? Foi a partir dessa ideia meio absurda que a americana Ally Condie escreveu "Destino". Na época, ela não imaginava ter um best-seller nas mãos. Mas, após semanas na lista de mais vendidos do "The New York Times", o título chega ao Brasil com status de fenômeno editorial e futuro cinematográfico garantido: os estúdios Disney vão transformar tudo em filme.
A ideia surgiu quando Ally conversava com o marido em casa. A partir daí, ela imaginou um mundo onde é possível fazer qualquer coisa, desde que seja vontade do governo (chamado de "Sociedade" no livro): Seu trabalho, comida, lazer e até morte. Tudo é previamente decidido. Inspiração na realidade? Melhor ir com calma.
- Há muita coisa de imaginação na história, mas parte da inspiração veio de uma realidade. Todo adolescente sente que as outras pessoas realmente têm muito controle sobre a sua vida - explica a autora.
No livro, o lugar onde vive a protagonista Cassia, com 17 anos, é regido pela tecnologia, capaz de controlar todos os passos da população. Na hora de decidir quem seria seu par, a "Sociedade" comete um erro que deixa a garota na dúvida entre dois caras. Está formado o triângulo amoroso que dá sabor ao livro.

O relacionamento entre os personagens nasce e se desenvolve nesse mundo criado por Ally, que não deixa de ser crítica à sociedade atual, cada vez mais apegada a geringonças como iPads e iPods.
- As pessoas estão desaprendendo a escrever à mão porque a tecnologia está em todo lugar. Escrevo mensagens no celular, mando e-mails... E qualquer um pode acessar o que faço a todo momento. Não sou uma alarmista, mas passamos muito tempo nesses aparelhos - afirma.
Capa do livro 'Destino', de Ally Condie / Divulgação
A crítica ao excesso de tecnologia e ao controle que ela permite não é nova. Da filosofia ao clássico da literatura de George Orwell, "1984", muita gente se debruçou sobre o assunto. A própria autora aponta o escritor como inspiração e diz que ficou impressionada ao ler o livro quando estava no ensino médio. Foi "1984" que despertou seu gosto por romances distópicos (ambientados em um futuro nada cor-de-rosa).
De professora em uma escola pública, Ally virou autora de best-seller para adolescentes e não pôde fugir às comparações. Principalmente com Stephenie Meyer, que, além de ter a mesma agente, estudou na Brigham Young University, como Ally.
No entanto, as semelhanças param por aí. A autora escreveu cinco livros com tiragem pequena antes de explodir com "Destino". Ela sabia que tinha uma boa história, mas seu objetivo era apenas ser publicada e, quem sabe, atingir alguém de fora da família. Engano total: seu livro foi disputado por editoras, e a Disney já comprou os direitos para levá-lo ao cinema. Tudo isso antes do lançamento nos EUA.
- Quando comecei a escrever "Destino", pensei: "Isso é muito melhor do que costumava ser". Agora, é muito louco porque, quando contei a meu antigo editor a ideia do livro, ele disse: não publicamos romances distópicos. Comecei do zero. Mas tem sido maravilhoso conversar com os roteiristas. Estou animada com o filme.

Fonte e todos os créditos ao site O Globo

Posted By Guilherme Cepeda

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